GABRIEL SILVA
Unidos ao Futsal: Como apareceu o Futsal na sua vida?
Gabriel Silva: Começou, oficialmente, na época de 1992/93 como treinador de futsal da ARC Santa Isabel, clube que milita na Associação Futebol do Porto e que tem morada em Canelas – Gaia. No entanto o processo iniciou-se dois anos antes, era eu professor na Escola Secundária de Canelas e treinador da equipa de Futsal (juniores) inscrita no desporto escolar. O entusiasmo foi tanto que alguns deles se estruturaram por forma a criar condições para federar a equipa, facto que se viria a confirmar posteriormente. Desde então fui treinador, com a carreira interrompida em Setembro de 2011, por motivos de saúde.
UF: Qual o momento mais alto da sua carreira?
GS: É muito difícil fazer uma escolha. Aqueles que já tiveram o privilégio de vencer, mais de que uma prova, entenderão o que quero dizer, porque cada título conquistado é sempre o melhor naquele preciso momento. No entanto, apesar de 2 campeonatos nacionais da 2ª divisão (seniores masculinos), outros tantos em juniores masculinos, 2 títulos de vice-campeão nacional, assim como várias subidas de divisão, elejo como momento único, a conquista da Taça de Portugal ao serviço da FJA em 2001/02.
UF: Quais os atletas que mais gosto lhe deram treinar?
GS: Sendo uma pergunta muito ingrata dado que acabaria por não mencionar com rigor todos os nomes dos atletas, realço aqueles que contribuíram e participaram no meu início de carreira. Pertenceram à ARC Santa Isabel e ainda agora são meus amigos: António Carvalho (Toninho), Luís Miguel Oliveira, Licínio Simões, Miguel Rangel, Júlio, Paulo Fernandes, José Manuel Magalhães, Manuel António, José Luís, Luís Silva, Evaristo …
Acrescento: Vítor Guedes, Luzia, André Lima, João Leite, Pedro Ferreira, Alexandre, Toni, Pedrinho, Leonel, Miguel (KéKé), Hugo Silva e Dércio.
Acredito que não serei mal interpretado, porque muito poucos foram aqueles que não me deixaram saudades algumas.
Estou grato a todos os que contribuíram para meu engrandecimento enquanto treinador.
UF: Qual a sua opinião sobre o Futsal, no Distrito de Aveiro e dos seus clubes?
GS: Está em grande expansão, são muitas as pessoas com imensa paixão e que estão a contribuir para seu engrandecimento na Zona. Realço a grande qualidade dos seus técnicos e a cobertura que é dada por algumas rádios da região. Há cada vez mais atletas oriundos do distrito do Porto que atesta bem o reconhecimento pelo trabalho desenvolvido na região, bem como o aumento de competitividade entres clubes da região.
UF: Que mudanças estruturais, pensa serem fundamentais, para a evolução do Futsal Nacional?
GS:
o Formar mais e melhores recursos humanos nas áreas do treino bem como do dirigismo.
o Continuar a incrementar o aumento do número de praticantes e das estruturas para a prática da modalidade.
o Intensificar o Marketing, através de Campanhas para dar a conhecer a modalidade e suas potencialidades.
o Traçar o perfil de atleta ideal e incentivar os clubes à sua modelação. Preparar atletas para a selecção.
o
Apostar claramente na formação, com melhores treinadores, com projectos consolidados cuja preocupação está no produto final, ou seja num atleta apto.
UF: Como vê a crise financeira que assola os nossos clubes? Não acha que terá que se alterar o modelo de gestão dos clubes?
GS: É uma crise muito complicada e penosa que é e será causadora do abandono de muitos clubes ou de grandes reestruturações em grande parte deles. Muitos, infelizmente, começarão por restringir o número de escalões de formação nas suas fileiras.
Por outro lado, os atletas que estão habituados a um subsídio como recompensa pelos serviços prestados, aos clubes, tenderão a deixar de os receber. Ficar-se-ão pelo prazer de jogar.
Penso que um das soluções dos clubes é apostar forte na sua formação com técnicos de qualidade, produzindo jogadores preparados para servir os interesses do clube.
Outra solução poderá passar por criação de protocolos com as escolas formando parecerias que lhe permitam participar no desporto escolar e federado com custos mais reduzidos.
UF: Para quando o regresso de Gabriel Silva ao Futsal?
GS: Logo que sejam debelados alguns problemas de saúde que me apoquentam e que são incompatíveis com as exigências do cargo de treinador, particularmente, no que diz respeito ao grande desgaste que o stress competitivo provoca.
Na realidade, a correr mal, poderá não haver regresso.
Um Abraço,
Gabriel Silva